Para quem é a terapia?
- Marina Queiroz
- 16 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de dez. de 2024

Você já escutou a frase “terapia é coisa de louco”?
Por aqui, já ouvimos bastante e pensamos que isso tem relação com uma concepção social atual de que para se procurar ajuda terapêutica deve-se estar em um processo de profundo adoecimento psíquico, ou seja, perto do que se chama de “loucura”. No entanto, não acreditamos que isso seja verdade, visto que qualquer pessoa pode se beneficiar de um processo psicoterapêutico.
Mas, o que é loucura?
O conceito de loucura foi se modificando ao longo da história, mas principalmente com a tentativa de exclusão social do que não era socialmente aceitável para cada tempo histórico. Através da luta antimanicomial, os modos de tratamento e de se enxergar a loucura foram se modificando, através de um olhar mais humanizado.
Nesse sentido, resgatamos a frase de Nise da Silveira, uma importante Psiquiatra para a luta antimanicomial “não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura”. Essa frase nos faz pensar que todos nós temos um pouco de loucura, de desajuste e também de sofrimento.
Porém, ainda assim, existem ainda muitos preconceitos acerca de quem deve buscar terapia. E porque esperar chegar ao limite? Pessoas em grave adoecimento serão muito beneficiadas por esse processo, mas não apenas elas.
O processo terapêutico é muito mais amplo e complexo que isso, já que possibilita construir novas ferramentas e bagagens para lidar com as demandas do dia a dia. Ou seja, falamos aqui de estratégias que são de prevenção e cuidado em saúde mental. Além disso, que possibilitam um processo de autoconhecimento e autopercepção.
Esse processo permite que a nossa "loucura" seja acolhida, validada, caminhando com e a partir dela.